“Golpe da Encomenda”: criminosos usam dados reais e até código de rastreio para enganar consumidores

Mensagens falsas via WhatsApp simulam comunicados de transportadoras e lojas online, exigindo pagamento de taxas inexistentes para liberar encomendas.

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Um novo golpe tem circulado pelo WhatsApp e já fez milhares de vítimas no Brasil. A prática consiste em mensagens fraudulentas que se passam por grandes empresas de logística e e-commerce, como Correios, Loggi, Jadlog e até a própria Amazon. O objetivo dos criminosos é convencer o consumidor a pagar uma taxa fictícia sob o pretexto de liberar a entrega de um produto.

O que torna a fraude ainda mais perigosa é o fato de que, em muitos casos, os golpistas utilizam dados reais do cliente, incluindo nome, CPF, endereço e até o código de rastreamento legítimo da encomenda. Isso faz com que a mensagem pareça autêntica e reduza a desconfiança das vítimas.

Mensagens falsas causam maior preocupação, pois os golpistas demonstram ter acesso aos dados reais das entregas. (Foto: Redação Clube AG)

Como os criminosos atuam

A abordagem acontece em etapas. Geralmente, a primeira mensagem chega pouco depois de o consumidor realizar uma compra online ou de o pedido começar a ser movimentado pela transportadora. Nesse contato inicial, os criminosos já apresentam informações detalhadas, o que aumenta a credibilidade da cobrança. Dias depois, um segundo número pode entrar em contato, reforçando a suposta necessidade de pagamento.

Os textos enviados trazem links suspeitos que direcionam o usuário para páginas falsas de pagamento. Essas páginas imitam os sites das empresas oficiais, mas têm como único objetivo roubar dados pessoais e financeiros.

Origem das informações

A sofisticação do golpe levanta suspeitas sobre um possível vazamento interno de dados em empresas da cadeia logística. Isso porque as informações utilizadas não são públicas e, em alguns casos, só poderiam ser conhecidas por quem tem acesso aos sistemas de entrega. A Amazon, por exemplo, afirma que não solicita pagamentos fora de seus canais oficiais e que colabora com autoridades para investigar os casos.

Se confirmados os vazamentos, as empresas envolvidas devem comunicar oficialmente o incidente à Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) e aos consumidores, como determina a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). As penalidades podem incluir multas que chegam a R$ 50 milhões por infração.

Como se proteger

Especialistas recomendam alguns cuidados básicos para evitar cair no golpe da encomenda:

  • Desconfie de mensagens que pedem pagamento para liberar entregas.
  • Nunca clique em links enviados por WhatsApp ou SMS.
  • Verifique sempre o status da sua compra diretamente no site ou aplicativo oficial da loja.
  • Ative a autenticação em dois fatores nas suas contas online.
  • Não compartilhe dados pessoais fora de canais seguros.
  • Mantenha aplicativos e antivírus atualizados.
  • Em caso de tentativa de golpe, registre boletim de ocorrência e comunique a empresa responsável pela entrega.

Fontes da reportagem